segunda-feira, 28 de março de 2011

Kadafi é um benfeitor da humanidade?

Esse artigo apresenta uma outra visão sobre Kadafi... Apresentamos ele na área de Temas para Debate por considerarmos que todos os lados devem ser ouvidos, tem o direito à expressão.

Vamos opinar!
lembrando que:
"Discordo te tudo o dizes, mas defenderei até o ultimo instante o direito de dizer o que pensas" (isso é Democracia verdadeira, ao contrário do que defende a Usurocracia vigente)



14698.jpegKadafi sempre apoiou os movimentos revolucionários em todo o mundo.Quando a mídia - a serviço dos EUA - elogiava o regimede apartheidna África do Sul, Kadafi treinava jovens na Líbia e os mandava de volta com os melhores armamentos, para conquistar a liberdade na África do Sul.

De repente a imprensa passou a atacar diariamente o líder Muamar Kadafi, a destilar ódio, difundir mentiras, falsificar vídeos para ?provar? os crimes do governo líbio. Aparentemente essa linha jornalística foi causada pelos levantes populares na Argélia, Tunísia, Iêmen e Egito. Na verdade, trata-se de mais uma estratégia terrorista do governo dos Estados Unidos da América para recuperar influência no mundo árabe. No Egito caiu o governo de confiança dos EUA. Mubarak não passava de um agente dos interesses norte-americanos e israelenses na região. Com a queda de Mubarak navios iranianos passaram a circular nas proximidades de Israel, causando mal estar e revolta nos meios diplomáticos subservientes ao imperialismo e ao sionismo.

Após perder o Egito, o governo dos Estados Unidos tenta dividir e enfraquecer a Líbia, e neste sentido recebe o apoio dos partidários de Bin Laden, milhares de refugiados egípcios que ao longo dos anos se refugiaram no leste da Líbia, fugindo da repressão no Egito. Após os egípcios vieram os argelinos, tunisianos e somalis, seguidores da Al Qaeda. Desfrutaram da hospitalidade dos líbios e em seguida os apunhalaram pelas costas, deflagrando uma revolta que fez dezenas de vítimas, através de sabotagens, terrorismo e destruição de bens públicos.

Mas quem é esse Kadafi que a mídia, de repente, passou a atacar de todas as formas, e até de forma covarde? Kadafi liderou uma revolução para derrubar o rei Ídris, um fantoche dos interesses italianos e norte-americanos na região. Na época, a maior base militar dos Estados Unidos no exterior estava na Líbia, e Kadafi e seus partidários cercaram a base e deram prazo de 24 horas para todos os estrangeiros invasores deixarem o país.

No poder, Kadafi não fez como os monarcas árabes, não construiu palácios com peças em ouro, não comprou iates luxuosos nem coleções de carros importados. Dedicou-se a reconstruir o país, garantindo melhores condições de vida para o povo. Hoje Kadafi não é presidente nem primeiro ministro da Líbia, mas a mídia quer que ele renuncie ao cargo que não existe.

As mentiras da mídia não conseguem esconder que Kadafi apoiou as lutas dos povos por libertação na Nicarágua, Cuba, Angola, Moçambique, África do Sul e muitos outros países, auxiliando concretamente os povos que lutavam por libertação. Na prática, Kadafi sempre foi um benfeitor da humanidade, mas para a mídia mercenária, benfeitor é aquele que cria guerras em busca de lucros para a indústria bélica ou para dominar o mundo, como foram as guerras criadas pelos Estados Unidos na Coreia, Vietnã, Iraque, Palestina, Afeganistão, El Salvador, Nicarágua e muitos outros países.

Essas fofocas ridículas de riquezas e costumes estranhos sempre foram exploradas pela mídia; foi assim com Sadam Hussein, Yasser Arafat, Fidel Castro, Ahmadinejad, Hugo Chávez e etc. Basta ser um governante sério que não se ajoelha e não se acovarda perante os Estados Unidos para ser avacalhado pela mídia mercenária.

Outro fato que a mídia não consegue falsificar é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) aferido por técnicos das Nações Unidas. Esses dados apontam, por exemplo, que a Líbia tinha, em 1970, uma situação pouco pior que a do Brasil (IDH de 0,541, contra 0,551 do brasileiro). O índice líbio superou o brasileiro anos depois e, em 2008, estava bem à frente: 0,810 (43º no ranking), contra 0,764 (59º no ranking). Todos os três sub-índices que compõem o IDH são maiores no país africano: renda, longevidade e educação.

No IDH reformulado a diferença se mantém. A Líbia é a 53ª no ranking (0,755) e o Brasil, 73º (0,699). A Líbia é o país com melhor IDH da África. Portanto, tem a melhor distribuição de renda, tem saúde e educação pública gratuitas. E quase 10% dos estudantes líbios recebem bolsas para estudar em países estrangeiros.

Que ditadura é esta? Uma ditadura jamais permitiria esse tipo de política em benefício do povo.

Kadafi escreveu o Livro Verde, a Terceira Teoria Universal, que trata de temas polêmicos e reais. Ele denuncia, por exemplo, a falsificação da democracia pelas assembleias parlamentares. Na maioria dos países ditos democráticos, incluindo os Estados Unidos da América, os partidos políticos são verdadeiras quadrilhas organizadas para saquear o dinheiro do povo nas Assembléias Legislativas, Prefeituras, Câmaras de Vereadores, Câmara de Deputados etc. Essa constatação - e publicação em livro - com certeza irrita e revolta os ?defensores da democracia parlamentar?. O Livro Verde, escrito por Kadafi, afirma que os trabalhadores devem ser associados e não assalariados, e que a terra deve ser de quem nela trabalha, e a casa de quem mora nela. E o poder deve ser exercido pelo povo diretamente, sem intermediários, sem políticos, através de Comitês e Congressos Populares, onde toda a população decide as questões fundamentais do bairro, da cidade e do país. Essas palavras, que todos sabem verdadeiras, irrita e revolta aqueles poucos que se beneficiam com a falsificação da democracia, principalmente os regimes capitalistas.

Mas a imprensa continuará insistindo em falsificar notícias, destilando ódio, difundindo mentiras, porque está cumprindo ordens do governo norte-americano, o grande interessado nas grandes reservas de petróleo da Líbia.

Os grandes jornais e canais de televisão do Brasil utilizam agências de notícias norte-americanas, todas tendenciosas, mentirosas, enganadoras. As mentiras que as agências de notícias vendem são compradas pela opinião pública brasileira, e a maioria das pessoas ? por ingenuidade ou desinformação ? se comporta como marionetes, repetindo aquilo que o governo dos Estados Unidos impõe e determina.

Esta não é a primeira vez, e nem será a última, que o povo árabe líbio enfrenta potências estrangeiras poderosas. Mais uma vez o povo líbio vencerá, porque tem na liderança de Muamar Kadafi um guia eficaz, forte e honrado.

Fonte: Pravda, em 04/03/2011


"Ser feliz" de Fernando Pessoa

«Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...»


O Fascismo visto por Ezra Pound

 Por Pierre Hofstetter


«O Fascismo era a favor da conservação de certas liberdades e a favor da manutenção de um certo grau de cultura, de certos níveis de vida, não era uma recusa de baixar-se ao nível de vida dos ricos ou da pobreza, mas sim uma recusa de abandonar certas prerrogativas imateriais, uma recusa de abandonar um largo troço da herança cultural».

Quem escreveu isto?

Ezra Pound, decerto, o maior poeta ocidental vivo, em "Jefferson and/or Mussolini", aparecido em 1935.
Uma casa editora americana, "Liverigth", de Nova Iorque, reeditou-o no ano passado, por ocasião do 85.º aniversário do célebre autor dos Cantos.

Este livro, que, como toda a obra de Ezra Pound, não é de leitura fácil, tem, no entanto, uma grande importância, porque, como o editor sublinha, «é realmente, revelador do homem por detrás da Poesia».

Comecemos por explicar o título: "Jefferson and/or Mussolini". Para Ezra Pound, a tradição política jeffersoniana continuava viva, mas não em Massachussets, nem na Virgínia, nem no Delaware, — sim na Itália de Mussolini.

Jefferson? O primeiro presidente inaugurador da nova capital federal, Washington. Um grande letrado. Um grande político. «O fundador do partido democrático», diz o Larousse. Concerteza, mas a palavra democrático tinha, então um sentido completamente diferente do de hoje, e, na Constituição americana que Jefferson redigiu, não se encontra nem uma só vez a palavra democracia.

Aliás, Ezra Pound sublinha: «Não há a mais pequena sombra de dúvida de que T. J. nunca imaginou que os homens continuavam iguais (depois de nascerem), ou eram biologicamente iguais, ou tinham o direito à igualdade a não ser no plano das oportunidades ou perante a lei». «Como todos os dirigentes e construtores na história humana, ele tentou elevar certo número de homens a certo nível, pela eliminação de certas imperfeições».

Jefferson, explica Ezra Pound, não acreditava no privilégio hereditário, quer dizer, considerava que os homens deviam governar por causa das suas qualidades inerentes e não por serem os filhos do paizinho. «Pensava que uma nação não tem o direito de contrair dívidas que não pudessem ser razoavelmente pagas durante a vida das partes contratantes». E que, por outro lado, tudo o que pode ser feito pelo esforço individual e não-oficial deve ser feito por ele, não devendo o Estado governar senão onde e quando seja necessário.

«O melhor governo é aquele que governa menos», notava também Jefferson. Lembremos que Barry Goldwater, em 1964, proclamou a mesma coisa. Ora, para os seus adversários, os liberais, tratava-se de um fascista...

Governar o menos possível não é governar mal. Pelo contrário. Ezra Pound escreve na página 91: «Um bom governo é aquele que age conforme o que é conhecido e pensado como melhor». «E o melhor governo é aquele que traduz o mais rapidamente em acção aquilo que é melhor pensado».

Ezra Pound escreveu "Jefferson and/or Mussolini" em 1933. O seu livro é também o de uma testemunha: «O primeiro acto do Fascismo foi salvar a Itália das pessoas demasiado estúpidas para governar, quer dizer, dos comunistas-menos-Lenine. O segundo acto foi libertá-la dos seus parlamentares, que provavelmente ainda eram piores, se bem que não fossem necessariamente mais desonestos do que os outros gangs parlamentares, mas, seja como for, libertá-la dos grupos demasiadamente imorais politicamente para governar».

O anti-Fascismo triunfante foi, evidentemente, o regresso ao poder destes gangs imorais.

Jefferson e Mussolini? Dois génios, diz Ezra Pound. «Se procurais laços de simpatia entre T. J. (Thomas Jefferson) e o Duce, nota ele, reparai primeiro, que ambos detestam a maquinaria ou, em todo o caso, a ideia de arregimentar os homens e fazer deles todos unidades, unidades de produção, afogando o homem individual, reduzindo-o a simples amálgama».

Era, evidentemente, uma concepção das coisas muito diferente do que nos querem impor, nos nossos dias, os Rockfeller e os Rothschild e os seus exércitos de tecnocratas.

Jefferson e Mussolini eram homens da terra, homens ligados ao solo natal. Verdadeiros camponeses, paysans, quer dizer, homens do pays, do país.

Porque perde Mussolini a partida, finalmente? E por causa de quem?

Ezra Pound explicou-o, nos seus panfletos italianos, publicados na edição francesa em 1968, (L’Age d’Homme, Lausanne). «Desde a altura em que Mussolini adivinhou as relações entre os usurários de Nova Iorque e os instrumentos de Moscovo, foi condenado à morte pela usurocracia internacional»

Em 1944, quando as tropas americanas tomaram Pisa, Ezra Pound foi lançado como uma fera numa gaiola de ferro e levado para os Estado Unidos onde o fecharam, catorze anos num hospício de doidos.

Este denunciador da usura tinha ousado escrever: «De facto, após o assassinato do presidente Lincoln, nada de sério, foi tentado contra a usurocracia até à fundação do Eixo Roma-Berlim. A ambição italiana de conseguir a liberdade económica, que não é senão a de não se endividar, desencadeou sobre ela as sanções de sinistra memória».

Realmente, era preciso ser doido para falar com tanto juízo!"