domingo, 8 de maio de 2011

Elizeth Corona Chico Xavier a Luz era sua Mãe e Emmanuel - Lindo depoimento!


Chico Xavier recebe a visita do espirito da mãe dele.


Odê a Mãe Oxum


Mamãe Oxum, abre tuas vestes sobre mim
deixa respingar o brilho de tuas cores
Deixa penetrar o perfume de tuas flores
Mamãe Oxum, despeja tudo no meu Orí

Que meus caminhos sejam os rumos da Mãe
Que em cada ato eu lembre da perfeição
Que em cada segundo eu respire a inspiração
Sem esquecer das mãos de minha Oxum

Ah Oxum, canto meus cantos, minha energia
Banhada pelo sol reluzente de Pai Oxalá
Minha Mãe me deixe como a estrela que brilha
Ensina no meu entender o teu doce amar

Oh Oxum, Mãe da Prosperidade
A ti eu rogo, obedeço e reverencio
Tu és o orvalho da madrugada
A luz no meu peito ensolarada
O doce cantar do pássaro no ninho

Oh Oxum, Mãe das águas claras
Tua alegria muito me ilumina
Santa Clara, Mãe Iemanjá, Mãe de Misericordia
Toca-me o ventre, semente da vida

Que Oxum se manifeste em minhas mãos
Que a Deusa próspera abençoe o meu viver
Oh Mãe das cachoeiras reluzentes
Mostra-me Mãe como eu devo vencer

Que as suas pétalas de amor infinito
Permeie tudo e a todos ao meu redor
Sempre enaltecendo tua gloriosa presença
Oxum, senhora das filhas, mães e avós

Amada Mãe que sempre me acalanta
Oxum Mãe, Oxum Mulher
Dá-me um pouco Mãe dos teus encantos
Tuas mágicas, tua beleza, um punhadinho do que és

Oh Mãe abençoada no coração amada
Oxum de águas doces e belos lírios
Mergulha esta tua filha nas tuas cores
Deixa-me Mãe eu portar teus Erês, beija-flores
No ventre onde abrigarei um belo ninho.
Auricélia Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 06/05/2010
Código do texto: T2241613

Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, 
com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas
preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha,
mas com um maravilhoso predicado nominal. 
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto,
com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir.
E sem perder essa oportunidade, começou a  se insinuar, a perguntar, a conversar. 
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo,
mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem
entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer,
sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e
entrou com ela em seu aposto.  Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio,
ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele
e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele
começou outra vez a se insinuar.  Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial,
e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num
transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo
seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período
simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era
vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele,
e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos,
carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos
nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na
posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva,
ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen
ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha
percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram
gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem,
numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios
e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma
metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal.
Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se
aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado
para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu
tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto
abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento
verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois
dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar
pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa,
com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.