quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Israel injeta anticoncepcionais em judias etíopes desde 2002


As judias etíopes foram submetidas a injeções de Depo-Povera pelo Ministério da Saúde de Israel durante mais de dez anos.
A medida que derrubou em cerca de 53% a natalidade entre os judeus emigrados da Etiópia foi descoberta pela jornalista Gal Gabay, intrigada com o fato dessa natalidade haver caído drasticamente na última década. Ela entrevistou 33 mulheres etíopes na tentativa de compreender o fenômeno.
Uma das entrevistadas afirmou que os médicos "nos diziam que eram vacinas. Nós as tomávamos a cada três meses". As injeções eram ministradas mesmo nas mulheres contrárias à aplicação. Eram coagidas a tomar as drogas enquanto estavam em acampamentos para trâmites de transferência a Israel, mas ainda na Etiópia. As aplicações continuaram acontecendo depois da chegada a Israel.
O primeiro ministro Benjamin Netanyahu, que acumula a função de ministro da Saúde desde março de 2009, já havia dito, há pouco, que os imigrantes da África "ameaçam" Israel em sua "existência como um estado judeu e democrático".
Após tentar desmentir a denúncia, o Ministério da Saúde ordenou, através de seu diretor-geral, Ron Gamzu, que os ginecologistas funcionários do Ministério "não renovassem as prescrições do Depo-Provera para mulheres, se por qualquer razão houver receio de que elas possam não compreender as implicações do tratamento".
Para a advogada da Associação dos Direitos Civis em Israel, Sharona Eliahu Chai, as "descobertas através das investigações do uso do Depo-Provera são extremamente inquietantes, trazem preocupações sobre as nocivas políticas de saúde, com implicações racistas".
Os etíopes em Israel possuem as maiores taxas de pobreza e desemprego, segundo pesquisa realizada em novembro do ano passado, 53% dos empregadores preferem não contratar etíopes. As crianças também são obrigadas a freqüentar escolas onde estudam apenas etíopes ou salas separadas das demais.
Durante as primeiras denúncias, em 2008, o então ministro da saúde, Yaacov Ben Yezri, afirmou que o uso do Depo-Provera nas mulheres etíopes é resultado de "preferência cultural". Segundo ele, elas teriam preferência por injeções à ingestão de comprimidos.
A jornalista israelense, Ruth Sinai, destaca que além do preconceito enfrentado pelos cerca de 120 mil etíopes em Israel, há ainda grande parcela dos rabinos que lhes negam a condição de judeus por conta de diferenças litúrgicas. Seus líderes religiosos, os kessim, não são reconhecidos pelos rabinos.
Para Yali Hashash, da universidade de Haifa, os atentados contra a fertilidade praticados contra essas mulheres repetem os realizados contra mulheres de países árabes, como Iraque, Iemen e Marrocos, nos primeiros anos de Israel, 1950 e 1960.
São práticas de limpeza que lembram o nazismo. Que diria o regime israelense se medidas deste tipo fossem tomadas contra judeus ashquenazim (brancos) em qualquer país do continente europeu?
Depo-Provera é considerada um contraceptivo de longa duração altamente eficaz, mas com efeitos colaterais graves a exemplo do aumento da propensão à osteoporose.
À época do início da aplicação das medidas, era Ariel Sharon, carniceiro de Sabra e Shatila, quem acumulava as pastas de primeiro-ministro e da Saúde.
GABRIEL CRUZ

Caça israelense bombardeia centro de pesquisa da Síria


A Rússia considerou a agressão “um flagrante atentado à soberania de um país independente e flagrante violação da Carta da ONU, demandando urgente resposta da comunidade internacional”
Um caça israelense atacou um centro de pesquisas das Forças Armadas da Síria, nas cercanias de Damasco, na madrugada de quarta.
A informação do Comando Militar da Síria declara ainda que dois trabalhadores morreram e cinco ficaram feridos no bombardeio.
A informação é de que o prédio ficou totalmente destruído e de que aviões cruzaram a fronteira abaixo do espaço vasculhado pelos radares sírios.
A incursão se deu no dia 30, na região do Monte Hermon (designado Al Sheikh pelos sírios). A agência Reuters chegou a divulgar que o ataque havia sido a comboio militar que carregava armas sírias ao Hezbollah. O governo sírio reiterou que o bombardeio foi ao centro de pesquisas e que não havia nenhuma entrega de armas presenteadas ao Hezbollah, no Líbano.
"Depois de usar suas marionetes para atacar locais militares por eles selecionados, numa tentativa de minar a resistência síria e o apoio à luta e aos justos direitos do povo palestino, com alto nível de falhas durante dois anos, passam a ataques diretos, elevando a flagrante violação do espaço aéreo e da soberania sírios", afirma a declaração do Comando Geral das Forças Armadas da Síria.
Afirmando que este ato covarde não irá enfraquecer a vontade síria nem sua determinação de apoiar movimentos nacionais de libertação, em especial a causa palestina, acrescenta que "a comunidade internacional é chamada a tomar posição clara diante de mais este ato arrogante de grave transgressão à soberania de um país e que se insere na longa história de agressão e crimes de Israel contra os árabes".
Uma das possíveis razões para a agressão, que ocorreu na mesma noite em que caças israelenses violaram o espaço aéreo do Líbano, é a tentativa de Netaniahu de criar um clima de histeria de guerra e assim tentar formar um governo de "unidade" entre setores diversos do leque político israelense, uma vez que seu fiasco eleitoral tornou precária a composição do novo governo.
Em cidades próximas à fronteira síria, a exemplo de Pisgat Zeev e Rosh Piná, mascaras contra gases já estão sendo vendidas. Começam a ser montados centros de distribuição de máscaras na região.
Dois dias antes do ataque, Netaniahu declarou que Israel atacaria caso os "rebeldes" se aproximassem de arsenais de armas químicas sírios. "No leste, oeste, norte e sul, tudo está fermentando e nós devemos estar preparados, fortes e determinados para enfrentar todos os desdobramentos possíveis", disse para estimular a paranóia perscutória entre os israelenses.
O que este ataque sinaliza é justamente o contrário, para o desespero da direita israelense, os "rebeldes" montados pela CIA e apoiados pelo Qatar estão sendo derrotados e o espírito nacionalista tem se fortalecido na Síria para enfrentar a agressão imperialista.
A agressão também foi precedida de declaração hostil do chefe da Força Aérea de Israel, major-general Amir Eshel, que afirmou: "Estamos em campanha. Estamos tomando ações para reduzir ameaças imediatas, para criar melhores condições que nos tornem capazes de vencer as guerras quando elas acontecerem".
A Rússia expressou profunda preocupação com a violação do espaço aéreo sírio e o bombardeio e descreveu o ato como "ataque injustificado a território de país soberano" e "uma inaceitável violação da Carta da ONU".
NATHANIEL BRAIA

Barack Obama, quantas crianças mataste hoje?


DAVE LINDORFF*
Pessoalmente, me pareceu que o discurso inaugural do presidente foi não só insípido, como também indecente, alcançando seu ponto mais repugnante no final, quando disse o seguinte:
 “Nós, o povo, ainda cremos que a segurança e a paz duradouras não necessitam de uma guerra perpétua… Mostraremos o valor suficiente para tentar resolver de forma pacífica nossas diferenças com outras nações, não porque sejamos ingênuos acerca dos perigos com os quais nos enfrentamos, mas porque o compromisso, mantido de forma duradoura, pode acabar com a suspeita e o temor… E devemos ser fonte de esperança para os pobres, os enfermos, os marginalizados, as vítimas dos preconceitos, não por mera caridade, mas porque em nossa época a paz necessita que sigam constantemente avançando os princípios que nossa crença comum descreve: tolerância e oportunidade, dignidade humana e justiça.”
 Enquanto assim falava, as fábricas estadunidenses estavam produzindo, segundo as condições estipuladas nos contratos do Pentágono, frotas de aviões teleguiados que diariamente fazem chover seus explosivos sobre homens, mulheres e crianças inocentes em países com os quais nem sequer os Estados Unidos estão em guerra. A maioria dos ataques com esse tipo de aviões tem sido aprovada pessoalmente pelo nosso presidente, o laureado com o Prêmio Nobel, que proclamou seu direito – que ninguém replicou, nem o Congresso, nem o Poder Judiciário - de ordenar que se liquide qualquer um que considere que pode ser um terrorista, assim como as pessoas, incluídas crianças, que pudessem se encontrar nas imediações.
 O resultado desta política de terrorismo de Estado tem sido um horrível e criminoso massacre de crianças, uma carnificina que se tem escondido e tanto o presidente como Pentágono negam completamente.
“Nós o povo”, levando em conta o livro de estilo do presidente, temos sido cúmplices ao ignorar essa brutal carnificina. “Nós, o povo”, que nos encolhemos de horror ante o massacre de 20 inocentes alunos do primária em Newton, Connecticut, não dedicamos um único pensamento nem uma lágrima às milhares de crianças inocentes assassinadas em nosso nome por nossas “heróicas” forças armadas no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iêmen e em outros lugares, por nossa aviação teleguiada, presidencialmente orientada, no Afeganistão, Paquistão, Iêmen e Somália, e através de nossas armas em mãos de aliados e combatentes rebeldes em lugares como a Síria, Gaza, Cisjordânia, Somália, etc.
Tão somente na tentativa de trazer a luz o monstruoso crime deste presidente, aqui vai uma documentada lista de crianças, coleta pela organização DronesWatch , algumas de tão somente um ou dois anos, assassinadas pelos aviões teleguiados estadunidenses (ordenadas por nome, idade e sexo):
PAQUISTÃO
Nur Aziz (8) menina; Abdul Wasit (17) garoto; Nur Syed (8) menina; Wajid Nur (9) menino; Syed Wali Shah (7) menino; Ayisha (3) menina; Qari Alamzeb (14) menino; Shoaib (8) menino; Hayatullah KhaMohammad (16) garoto; Tariq Aziz (16) garoto; Sanaullah Jan (17) garoto; Maezol Khan (8) menina; Nasir Khan, menino; Nai m Khan, menino; Naimullah, menino; Mohammad Tahir (16) garoto; Azizul Wahab (15) menino; Fazal Wahab (16) garoto; Ziauddin (16) garoto; Mohammad Yunus (16) garota; Fazal Hakim (19) garoto; Ilyas (13) menino; Sohail (7) menino; Asadullah (9) menino; khalilullah (9) menino; Nur Mohammad (8) menina; Khalid (12) menino; Saifullah (9) menino; Mashuq Jan (15) menino; Nawab (17) garoto; Sultanat Khan (16) garoto; Ziaur Rahman (13) menino; Noor Mohammad (15) menino; Mohammad Yaas Khan (16) garoto; Qari Alamzeb (14) menino; Ziaur Rahman (17) garoto; Abdullah (18) garoto; Ikramullah Zada (17) garoto; Inayatur Rehman (16) garoto; Shahbuddin (15) menino; Yahya Khan (16) garoto; Rahatullah (17) garoto; Mohammad Salim (11) menino; Shahjehan (15) menino; Gul Sher Khan (15) menino; Bakht Muneer (14) menino; Numair (14) menino; Mashooq Khan (16) garoto; Ihsanullah (16) garoto; Luqman (12) menino; Jannatullah (13) menino; Ismail (12) menino; Tasil Khan (18) garoto; Zaheeruddin (16) garoto; Qari Ishaq (19) garoto; Jamshed Khan (14) menino; Alam Nabi (11) menino; Qari Abdul Karim (19) garoto; Rahmatullah (14) menino; Abdus Samad (17) garoto; Siraj (16) garoto; Saidullah (17) garoto; Abdul Waris (16) garoto; Darvesh (13) menino; Amir Said (15) menino; Shaukat (14) menino; Inayatur Rahman (17) garoto; Salman (12) menino; Fazal Wahab (18) garoto; Baacha Rahman (13) menino; Wali-ur-Rahman (17) garoto; Iftikhar (17) garoto; Inayatullah (15) menino; Mashuq Khan (16) garoto; Ihsanullah (16) garoto; Luqman (12) menino; Jannatullah (13) menino; Ismail (12) menino; Abdul Waris (16) garoto; Darvesh (13) menino; Ameer Said (15) menino; Shaukat (14) menina; Inayatur Rahman (17) garoto; Adnan (16) garoto; Najibullah (13) menino; Naimullah (17) garoto; Hizbullah (10) menino; Kitab Gul (12) menino; Wilayat Khan (11) menino; Zabihullah (16) garoto; Shehzad Gul (11) menino; Shabir (15) menino; Qari Sharifullah (17) garoto; Shafiullah (16) garoto; Nimatullah (14) menino; Shakirullah (16) garoto; Talha (8) menino.
IÊMEN
Afrah Ali Mohammed Nasser (9) menina; Zayda Ali Mohammed Nasser (7) menina; Hoda Ali Mohammed Nasser (5) menina; Sheikha Ali Mohammed Nasser (4) menina; Ibrahim Abdullah Mokbel Salem Louqye (13) menino; Asmaa Abdullah Mokbel Salem Louqye (9) menino; Salma Abdullah Mokbel Salem Louqye (4) menina; Fatima Abdullah Mokbel Salem Louqye (3) menina; Khadije Ali Mokbel Louqye (1) bebê; Hanaa Ali Mokbel Louqye (6) menina; Mohammed Ali Mokbel Salem Louqye (4) menino; Jawass Mokbel Salem Louqye (15) menina; Maryam Hussein Abdullah Awad (2) menina; Shafiq Hussein Abdullah Awad (1) bebê; Sheikha Nasser Mahdi Ahmad Bouh (3) menina; Maha Mohammed Saleh Mohammed (12) menina; Soumaya Mohammed Saleh Mohammed (9) menina; Shafika Mohammed Saleh Mohammed (4) menina; Shafiq Mohammed Saleh Mohammed (2) menino; Mabruk Mouqbal Al Qadari (13) menino; Daolah Nasser 10 years (10) menina; AbedalGhani Mohammed Mabkhout (12) menino; Abdel-Rahman Anwar al Awlaki (16) garoto; Abdel-Rahman al-Awlaki (17) garoto; Nasser Salim (19) garoto.
*Dave Lindorff é estadunidense, fundador do coletivo This Can’t Be Happening (Isso não pode estar acontecendo) e co-autor do livro Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion (Sem esperança: Barack Obama e a política da ilusão).