domingo, 14 de julho de 2013

OEA convoca países europeus a pedirem desculpas à Bolívia

OEA convoca países europeus
a pedirem desculpas à Bolívia

  
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou na terça-feira (9) quase por unanimidade – só EUA e Canadá ficaram de fora – resolução de apoio ao presidente boliviano Evo Morales e de condenação ao fechamento do espaço aéreo ao seu avião por parte de quatro países europeus na semana passada. A declaração considerou as ações “claramente violatórias de normas e de princípios básicos do Direito Internacional, como a inviolabilidade dos chefes de Estado” e convocou França, Espanha, Portugal e Itália a dar explicações e pedir desculpas oficiais à Bolívia.
A manifestação da OEA vem se somar à já feita pela Unasul – União das Nações Sul Americanas -, e foi aprovada após nove horas de calorosos debates. Esses países europeus “atuaram de forma agressiva e não amistosa”, denunciou o embaixador nicaraguense, Denis Moncada. Por sua vez o embaixador venezuelano, Roy Chaderton, chamou-os de “súditos coloniais que obedecem dóceis à superpotência global”- a ordem de fechar o espaço aéreo partiu de Washington, sob alegação de que o denunciante da espionagem em massa dos EUA no mundo inteiro, Edward Snowden, estava a bordo.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, pediu “que se esclareça o que realmente aconteceu. De onde chegou a notícia de que o senhor Snowden estava no avião? Por que se acreditou nisso? O que levou esses países a cometerem semelhante ato?”.
O presidente boliviano agradeceu à manifestação da OEA: “cumprimento de verdade este pronunciamento de apoio, que não é a Evo Morales mas aos povos da América Latina e do Caribe”. “Me surpreendeu o grande debate e por isso desejo expressar todo meu respeito, admiração e solidariedade”, acrescentou.

Rússia exibe provas do uso de gás sarin pelos mercenários na Síria


Lavrov declarou que provas do uso de armas químicas pelos mercenários a oeste de Alepo foram entregues ao secretário-geral da ONU
OMinistro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou as provas do uso de armas químicas pelos mercenários na Síria, nesta quarta-feira (10).
Lavrov afirmou que seu país "não ocultará as provas do uso de armas químicas na Síria, ao contrario do ocidente". O chanceler também deixou claro que as "investigações foram realizadas de acordo com os padrões da Organização para a Proibição das Armas Químicas" e os resultados "foram entregues a Secretaria Geral das Nações Unidas e aos membros do Conselho de Segurança da ONU".
O relatório entregue pelo embaixador russo, Vitali Churkin, a secretaria geral da ONU, reúne provas, do uso do gás sarin em março deste ano, entre as quais um projétil do gás, comprovando que a fabricação das armas não foi industrial. "Os resultados evidenciados pelos especialistas russos, coletados sobre o terreno, indicam claramente que foi empregado gás sarin, e há razões suficientes para acreditar que foi a oposição que utilizou essas armas químicas", afirmou Lavrov.
Churkin ao entregar as provas na ONU referiu-se à fajutas "provas" salientadas antes por Hollande apontando o uso de armas químicas pelo governo sírio, com base em declarações de jornalistas, insistiu que "ao contrário dos outros informes entregues ao Secretario Geral, nossas provas foram coletadas no local do impacto do projétil, pelos peritos russos pessoalmente, não foram coletadas por terceiros".
Ao tratar da divulgação das provas, Lavrov esclareceu que não vê "problemas para que se tornem públicas, por que são convincentes e vão esclarecer muitas perguntas". Em março o Governo sírio insistiu que a ONU investigasse as denúncias sobre o uso de armas químicas.
Além da gravidade da agressão por gás sarin (que ataca o sistema nervoso central com alto índice de mortalidade) o tema tomou vulto depois da declaração do Obama (que através do financiamento pelas petromonarquias vassalas da Arábia Saudita e Qatar e treinamento pela CIA monitora a agressão à Síria com a finalidade de derrubar o governo de Bashar Al Assad) de que o uso de armas químicas seria a "linha vermelha" que os EUA não permitiriam que fosse ultrapassada pelo governo sírio.
Uma linha de ataque que prima pela similitude com a que foi usada como pretexto para a invasão do Iraque, a das "armas de destruição em massa". Como se viu, logo após a declaração de Obama, Hollande correu a lhe apresentar "provas" contra o governo sírio.
A intervenção direta na Síria foi suspensa por alguns fatores adversos aos invasores contumazes: a disposição de combate revelada pelo exército sírio, derrotando no terreno as hordas de mercenários; a declaração da insuspeita Carla Del Ponte (ex-procuradora do Tribunal Penal Internacional que ajudou a subjugar e dividir a Iugoslávia e agora membro da Comissão de Inquérito da ONU sobre Direitos Humanos na Síria) em 6 de maio de que "de acordo com as provas que recolhemos, os rebeldes utilizaram armas químicas, fazendo uso do gás sarin" e, por fim, o posicionamento da Rússia em defesa da soberania nacional síria e por uma saída política e não intervencionista para o conflito.
Ao apresentar as provas analisadas por cientistas russos, o ministro do Exterior, Sergei Lavrov, destacou que o estudo foi levado a cabo em pleno acordo com os padrões internacionais, "ao contrário das avaliações do países ocidentais", ou seja de acordo os requerimentos da Organização pela Proibição de Armas Químicas.
Lavrov declarou que os projéteis analisados foram disparados pelos mercenários em Khan Al Assal, a oeste de Alepo, região sob seu controle.
"Submetemos", declarou Lavrov, "uma série completa de documentos, à ONU, com 80 páginas, incluindo fotos e coordenadas geográficas precisas, procedimentos e resultados".

As "provas" assumidas pelos EUA, Inglaterra e França, acrescenta Lavrov, não detalham o lugar onde foram colhidas, "o que contraria os padrões internacionais exigidos".