Repressão policial não impede a ampliação do movimento. Em San Francisco, manifestantes cobraram em frente ao Chase Manhattan: “Deixem o povo passar, prendam os banqueiros”
Mais de 700 manifestantes contra a ganância de Wall Street, de um total de 5.000, foram presos pela polícia de Nova Iorque, quando atravessavam a ponte do Brooklin, no dia 2 de setembro.
Segundo as denúncias divulgadas pela ANSWER Coalition (entidade que congrega milhares de organizações sociais norte-americanas), no afã de acabar com o acampamento e as manifestações diárias que já ultrapassam completaram 15 dias – no amplo movimento denominado Occupy Wall Street – além de terem direcionado os manifestantes para a ponte e depois justificar o aprisionamento de centenas de manifestantes pacíficos, tem agredido os participantes, atacado alguns com o uso de gás pimenta e detenções e uso abusivo da força.
O que a ação ditatorial da polícia conseguiu até agora foi o oposto de seu objetivo: as notícias da repressão tem galvanizado solidariedade ao movimento por todo o país. O site que informa sobre o movimento (www.occupytoge-ther.org) lista organizações similares por mais de cinquenta cidades norte-americanas e mais setores se aproximam e apoiam, tornando inócua a censura da mídia.
Em San Francisco os manifestantes dirigiram-se para a região onde ficam localizadas as sedes dos bancos e entoando “Que os bancos paguem” ou “Deixem o povo passar, prendam os banqueiros”, milhares de pessoas ocuparam o prédio em frente ao Chase Manhattan Bank e algumas dezenas entraram no hall de entrada do banco.
O movimento sindical começou a enviar manifestações de solidariedade ao movimento (ver matéria nesta página). O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte protestou contra a ordem dada a motoristas que dirigem ônibus da Municipalidade para que transportassem os presos pela polícia até a cadeia onde foram mantidos durante várias horas (cerca de vinte ainda estão presos).
O sindicato, cuja direção votou em apoio ao movimento, entrou com uma ação para impedir a prefeitura de voltar a requisitar ônibus para transportar manifestantes presos em massa.
O presidente do sindicato, John Samuelsen, considerou a atitude da prefeitura e da polícia “um gesto flagrante de retaliação por sua posição a favor do movimento”.
O presidente do sindicato, John Samuelsen, considerou a atitude da prefeitura e da polícia “um gesto flagrante de retaliação por sua posição a favor do movimento”.
“O papel dos motoristas é fornecer transporte à população e não realizar o translado de manifestantes que foram detidos ao exercerem seu direito constitucional de protesto”, acrescentou Samuelsen.
Muitos manifestantes, assim que foram soltos, voltaram para o ato. Um deles, Robert Grodt, declarou: “Não serei silenciado por uma simples detenção”.
Além de San Francisco, houve manifestações grandes também em Boston, Los Angeles, Novo México, Chicago, Carolina do Norte, e Maine, que se juntaram ao movimento.
O movimento “Ocuppy Wall Street”, iniciado em 17 de setembro, exige uma economia a serviço das pessoas, a regulação dos mercados financeiros, a limitação da influência desses mercados na vida política, a criação de um banco público, uma partilha justa e equitativa da riqueza e que as fortunas dos banqueiros seja carreada para os investimentos públicos e o mercado interno.
A atriz Susan Sarandon e o cineasta Michael Moore foram ao encontro dos manifestantes para prestar apoio, bem como o linguista Noam Chomsky, o humorista Stephen Colbert e o filósofo Cornel West, entre outros.
