quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Veto na ONU à agressão contra Síria murcha bola do imperialismo

Os vetos da Rússia e da China impediram a passagem de uma resolução formulada pelos Estados Unidos que exigia a rendição do governo sírio diante dos grupos terroristas e ainda exigia o afastamento de presidente, Bashar Al Assad, sem seguer mencionar os atentados cometidos pelos bandos armados e financiados pelos EUA e seus vassalos na região – em especial Arábia Saudita e Qatar.


Ingerência dos EUA contra o
povo sírio é barrada na ONU


A Rússia considera que usar ONU para exigir renúncia do presidente da Síria é ato “absolutamente provocativo”

O ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, caracterizou a
exigência de renúncia do presidente sírio, Bashar Al Assad, de “absolutamente provocativa”. Lavrov ressaltou que a proposta formulada pelos EUA, que utilizaram seus vassalos na Liga Árabe para esconder sua real autoria, não menciona atos terroristas em atuação em território sírio. “Nada, em nenhum caso, justifica render-se e entregar o país a extremistas armados”, declarou.


O representante da China na ONU, Li Baodong, argumentou que o interesse dos que forçaram a votação era exacerbar as tensões no interior da Síria pois “insistir em votar, quando ainda há profundas e graves diferenças de opinião entre os votantes, em nada ajudará a manter a autoridade e a unidade do Conselho de Segurança, nem ajudará a resolver a questão”.


O furor imperialista por trás dos que forçaram a votação, obrigando a Rússia e a China a vetar a aprovação da intervenção armada contra a Síria – para que não se repetisse “o cenário líbio”, como afirmou Lavrov – ficou patente quando um dia depois de ver derrotada sua proposta na ONU, Hillary Clinton disse que apoiará os seus mercenários com mais intensidade e que vai reunir os governos capachos na Europa para esse fim. Sarkozy e Merkel já se abanaram para apoiar a continuidade da agressão ao povo sírio.
Obama disse que “o laço está apertando em torno de Assad”, para esconder o amargo gosto do revés no Conselho de Segurança da ONU.


O problema é que os mercenários – assim como ocorreu na agressão à Líbia – já confessaram a incapacidade de derrubar o governo sírio, cuja luta pela soberania síria está angariando mais apoio popular a cada dia. Um dos chefes do bando, denominado Exército Livre da Síria (ELS), Riad Al Assad, reconheceu em entrevista ao jornal londrino em língua árabe, Asharq Al-awsat, que “se tivéssemos o apoio aéreo [leia-se bombardeio Otan/EUA] estaríamos em posição muito diferente”.


Isso explica a descompostura da chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que chamou a posição legítima da Rússia e da China de “indecente”, “nojenta” e “farsa”.


Para Lavrov, a postura americana foi “mal educada” e “beirou a histeria”. Ele esclareceu que dois dias antes da votação enviara a

Hillary algumas emendas à proposta patrocinada pelos EUA, acrescentando que “quem desse atenção àquelas emendas [propostas pela Rússia] facilmente perceberia a racionalidade e a objetividade de nossa posição”.


A Rússia propôs retirar a exigência de renúncia de Assad – “o que abriria espaço para uma intervenção militar” – e que o documento repudiasse as ações dos bandos armados contra civis, propriedades públicas, escolas, estações de polícia e forças de segurança. As gangues de mercenários armados pelos EUA e marionetes já são responsáveis pela morte de mais de 2.000 soldados e policiais.


Susan Rice (representante dos EUA na ONU) também esbravejou contra o veto, dizendo que o CS da ONU estaria “refém de dois membros”, esquecendo-se dos 60 vetos que os EUA impuseram ao para apoiar seu tutelado, Israel, de renunciar a seu criminoso espansionismo e atender às justas necessidades palestinas e abrir passo para a paz na região.


Lavrov considerou desrespeito o alvoroço dos EUA de colocar em votação a proposta antes da chegada dele que se encontra dia 7 com Assad para discutir medidas para superar as tensões e fim à ação dos terroristas. “O projeto que vetamos não reflete a realidade e enviaria sinais conflitantes às forças políticas na Síria”.


NATHANIEL BRAIA



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