sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ministro chinês adverte a Hillary: ingerência na Síria é inaceitável

Dai Bingguo, reafirma que intervenção causa instabilidade, que “a questão síria é assunto interno da Síria” e a paz só será alcançada por entendimentos políticos
O governo chinês reiterou o rechaço da intervenção estrangeira e das manobras dos EUA contra o governo legítimo da Síria. O conselheiro de Estado da China, Dai Bingguo, afirmou que “a questão síria é essencialmente assunto interno da Síria” e que a paz e a estabilidade no país e no Oriente Médio só podem ser alcançadas através de entendimentos políticos, condenando assim o apoio aos bandos terroristas que buscam golpear o governo do país árabe.

Dai afirmou a posição chinesa em conversa telefônica com Hillary Clinton no dia 14. A chefe do Departamento de Estado dos EUA, pouco depois de desfiar uma dúzia de impropérios assim que viu que a proposta engendrada por seu governo, através da Arábia Saudita e do Qatar (junto com os xeques e emires dos protetorados que mantém no Golfo Persa), derrotada pelos votos contrários da Rússia e da China, tenta agora atrair a China mudando o tom da conversa, dizendo-se “contra a violência” na Síria (só é possível a violência dos agressores e invasores norte-americanos ou os que lhe são serviçais, como ocorreu na Líbia, não é?). Hillary não colheu nenhum resultado, pois o representante chinês disse que é – claro – contra a violência de todo tipo (sinalizando para o repúdio à agressão terrorista) e aproveitou para rejeitar as acusações destemperadas de Hillary (que chamara os votos da Rússia e China de “farsa” e “nojenta”) dizendo com tranqüilidade que a posição chinesa “foi objetiva e justa”.


Em seu esforço para golpear o governo sírio, Hillary exibe uma ansiedade que a leva a propostas hilárias como a sua solicitação - feita por ela a partir da Turquia no dia 15 - de que Assad aceite a entrada de tropas “de paz” da ONU em território sírio. Conhecendo o tipo de paz que as tropas sugeridas por Hillary (seja usando a ONU, seja a OTAN) têm trazido para o Afeganistão, Iraque e Líbia, o governo sírio preferiu ignorar a ridícula fala de Hillary em Ancara.
Já o chanceler russo, Sergei Lavrov, procurado pelo ministro do Exterior da França, Alain Juppé com lorotas do tipo “corredores humanitários” (que só teriam de “humanitário” o nome, pois seriam vias para a passagem de tropas agressoras e armas para mercenários), reforçou as afirmações do governo chinês esclarecendo que o Conselho da ONU não pode ser usado para “legitimar mudanças de regime”.


“Se o plano é usar o Conselho de Segurança e a ONU para adotar qualquer tipo de linguagem que ajude a legitimar mudança de regime, então sinto que a lei internacional não o permite e nós não podemos apoiar tal abordagem”, declarou Lavrov.


A TV Russia Today questionou o EUA e os governos que se alinham a ele por criticarem as forças de segurança da Síria mas ignorarem a agressão dos bandos armados apoiados do exterior, ao mesmo tempo em que as ações policiais para atacar manifestações no Bahrein quase não são mencionadas pela mídia desses países.
Na sua reportagem, veiculada no da 15, a Russia Today destacou ainda as manifestações no Iêmen e contra a monarquia Saudita, raramente trazidas por aqueles veículos.


Aliás o ex-presidente iemenita, ferido numa ação de resposta a sua série de agressões a manifestações populares encontra-se em tratamento... nos Estados Unidos, ressaltou a TV russa.



Fonte: http://www.horadopovo.com.br/

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