domingo, 7 de abril de 2013

"estão fazendo agora com a Síria e o Irã do mesmo jeito com que fizeram com o Iraque".

“CNN mente sobre o Irã e Síria”, afirma Amber, ex-editora da rede
Para a premiada jornalista, a CNN e outras redes da mídia nos EUA “demonizam estes regimes para gerar novas guerras; como fizeram com o Iraque”
 

"A CNN mente para o público norte-americano", afirma a jornalista Amber Lyon, ex-reporter da rede norte-americana. Para ela "as mentiras servem ao intuito de levar a outras guerras".

Segundo a jornalista, "estão fazendo agora com a Síria e o Irã do mesmo jeito com que fizeram com o Iraque".

"O que eu vejo", diz Lyon, "é a CNN e outras redes fazerem é exagerarem determinadas questões, enquanto omitem ou mentem sobre outras; há uma demonização constante dos regimes destes países". Estas declarações foram ao ar em entrevistas como as concedidas à TV Rússia Today (em outubro) e ao AlexJones Channel (em setembro) de 2012.

A jornalista tem feito estas denúncias desde que viu uma reportagem sobre a repressão de ativistas no Bahrein, realizada com a sua participação, em 2011, ser sabotada pela rede. Apesar de diversas vezes premiada (uma delas por ter sido a primeira repórter a filmar manchas de petróleo que a BP estava lançando no golfo do México), foi demitida em março do ano passado.
Agora, em 8 de março deste ano, durante palestra na Universidade de Harvard, ela denunciou também que além da pressão das redes da chamada mainstream (corrente principal), os "jornalistas temem por sua liberdade depois que Obama promulgou a lei elaborada sob Bush (chamada de Lei de Defesa National) que permite ao governo ou a militares dos EUA prender qualquer um em qualquer lugar dos EUA ou do mundo a prender indefinidamente, sem acusação formal ou julgamento, por colaboração com os adversários na ‘guerra ao terror’".
Mas, com essas agressões promovidas no Iraque e no Afeganistão, "quem é o verdadeiro terrorista hoje?", questiona Amber em sua intervenção em Harvard.
Quanto à entrevista no Bahrein, mostra hospitais com feridos pela repressão, entrevista médicos e enfermeiros sobre a perseguição aos ativistas que se opõem ao regime ditatorial desse país. "Muitos ativistas que se haviam comprometido a falar desapareceram", diz Lyon.
A entrevista, produzida em março de 2011, só foi ao ar em junho e mesmo assim só em uma transmissão local e nunca em redes internacionais. "Enquanto isso, divulgam o que chamamos de comerciais informativos para os ditadores" que pagam por isso regiamente à CNN. "Ficam falando dos catadores de pérolas no Bahrein e em o quanto Bahrein é progressista ao mesmo tempo em que ativistas de direitos humanos e jornalistas estavam sendo presos e torturados", diz ela.
Voltando às mentiras sobre o Irã e a Síria, ela destaca que "a maioria dos norte-americanos não sabe que estão sendo conduzidos por falsificações que podem nos levar a novas guerras, assim como aconteceu com a história das supostas ‘armas de destruição em massa’ no Iraque".
Para Lyon estes tipos de matéria "na forma como distorcem a verdade para nos conduzir a novos conflitos estão em contradição total com qualquer traço de ética jornalística".
Lyon disse ainda que seus chefes na CNN International "nunca esclareceram por que a matéria não ia ao ar".

NATHANIEL BRAIA

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