O presidente russo Vladimir Putin rejeitou as pressões do governo dos EUA para extraditar o ex-técnico da CIA e NSA, Edward Snowden, que denunciou que Obama grampeia o mundo inteiro, afirmando que a Rússia só pode entregar cidadãos daqueles países com os quais tem tratado de extradição, o que não é o caso de Washington.
Ele confirmou que Snowden está na Rússia, não violou qualquer lei russa e é livre para ir aonde quiser.
Putin acrescentou que “Snowden, como Assange [fundador do WikiLeaks], se considera perseguido e declara que luta pela livre difusão da informação. Façam-se a pergunta: vale a pena entregar pessoas que não têm outra opção que acabar no cárcere?”
O presidente russo confirmou que Snowden chegou de surpresa, que não houve ajuda dos serviços de inteligência russa a ele para sair de Hong Kong, não tem passaporte e, portanto, não deu entrada em território da Rússia, e seguirá sua viagem até onde e quando quiser.
“O sr. Snowden é um homem livre. Quanto mais cedo escolher até onde quer continuar sua viagem, como passageiro em trânsito, melhor para ele e para nós”, destacou Putin.
No Equador, o presidente Rafael Correa denunciou que a cobertura da mídia dos EUA tenta distrair o mundo dos programas de vigilância que Snowden revelou. “Eles puseram o foco sobre Snowden e os países ‘maus’ que o ‘apoiam’, querendo nos fazer esquecer as terríveis coisas contra o povo dos EUA e o mundo inteiro que ele denunciou”, apontou. “A ordem mundial não é apenas injusta, é imoral”, ressaltou. Em Quito, o vice-chanceler Galo Galarza afirmou que Snowden “não tem qualquer documento emitido pelo Equador, como um passaporte ou um cartão de refugiado”.
O “WikiLeaks” advertiu que o cancelamento do passaporte de Snowden e a pressão sobre os países que podem lhe conceder asilo poderá levá-lo a “permanecer indefinidamente na Rússia”. Em Caracas, o presidente Nicolas Maduro afirmou que a Venezuela poderá estudar pedido de asilo de Snowden.
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