quinta-feira, 27 de março de 2014

BRICs repelem tentativa de exclusão da Rússia do G-20


 Tentativa da Austrália, que irá sediar a próxima reunião do G-20 em novembro, de pretender excluir a Rússia, copiando o piti de Obama/G-7, foi prontamente repelido pelos Brics, com a chanceler da África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, deixando claro que “o G-20 pertence a todos os Estados-membros de forma igual, e nenhum Estado-membro pode unilateralmente determinar sua natureza e característica”. Ela acrescentou que “a escalada de linguagem hostil, sanções e contrassanções e força não contribui com uma solução sustentável e pacífica, de acordo com a lei internacional”.
A reunião de preparação do G-20 ocorreu paralelamente à Cúpula de Segurança Nuclear em Haia, com a presença dos chanceleres da Rússia, China, Índia e África do Sul, e o Brasil representado pelo subsecretário de assuntos políticos do Itamaraty, embaixador Carlos Paranhos. O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, não pôde participar por estar em viagem oficial na Venezuela. O Brasil tem defendido o diálogo para solução da crise na Ucrânia, preferencialmente através da ONU, e rejeita a lógica das “tensões e contratensões” que remete à Guerra Fria.
A atuação da Austrália não chega propriamente a surpreender, por ser conhecida pela subserviência a Washington, com um longo histórico de conivência com operações tramadas por Washington, como certo tipo de “inspetores da ONU no Iraque”. Também integra a rede global ianque de espionagem, a “Five Eyes”.
G-8
Já quanto ao G-8, que não irá mais se reunir, a Rússia deixou claro que não vai perder o sono com isso, e que há muitos fóruns internacionais com mais serventia atualmente, como o G-20, o Conselho de Segurança da ONU, o grupo P5+1 sobre o programa nuclear do Irã e outros instrumentos das relações internacionais. A Rússia também tem advertido que o mundo não é mais “unipolar” e que as sanções vão ricochetear e voltar no lombo de quem mandou dar. Estranhamente, já que perderam posição, Washington & satélites andam se referindo ao G-7 como “as sete maiores economias do mundo”, provavelmente olhando o planeta pelo espelho retrovisor.

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